125 mil mortes por Covid-19 evitadas se Brasil parar por 14 dias, diz especialista

Ali Mokdad, especialista em saúde pública, alerta para necessidade de "lockdown" por duas semanas

08:00 | 29 de May de 2020 Por Amanda Araújo
125 mil mortes por Covid-19 evitadas se Brasil parar por 14 dias, diz especialista

Rapaz com máscara e boné pedalando em Fortaleza; previsão de mortes por Covid-19 no Brasil  é de 125 mil até agosto
No Ceará, governador já anunciou plano de retomada das atividades (Foto: Aurélio Alves)

A expectativa de mortes por Covid-19 no Brasil é de 125 mil até agosto, segundo projeção do instituto de métricas da Universidade de Washington (IHME). Essa quantidade poderia ser evitada se o Brasil parar por duas semanas, informou o especialista do IHME Ali Mokdad.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Mokdad explicou que a situação do País poderá ser ainda pior se governo e população não levarem a crise a sério, com um “lockdown” por duas semanas.

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Previsão de mortes por Covid-19 no Brasil  foi atualizada na segunda-feira, 25, pelo instituto, saltando de 88 mil para 125 mil até 4 de agosto. O modelo de monitoramento do IHME é um dos principais utilizados pela Casa Branca. 

“Se os brasileiros ficarem em casa por duas semanas, meus números vão baixar. E não porque fiz algo errado, mas porque os brasileiros fizeram algo certo”, enfatizou Mokdad. 

Sobrecarga do sistema de saúde

De acordo com o especialista, o mais assustador é que haverá sobrecarga total do sistema de saúde.

Por isso, um confinamento total de 14 dias seria necessário para controlar a disseminação do coronavírus no País.

Medidas necessárias

Dentre as medidas que precisariam ser tomadas, conforme o especialista em saúde pública Ali Mokdad, estão fechar escolas e universidades, impedir grandes aglomerações e encontros de pessoas e fechar estabelecimentos não essenciais.

Já nos locais essenciais, seria importante limitar número de pessoas e garantir distância entre elas. Quem precisa sair de casa deve usar máscara, reforçando distância de dois metros com os demais. 

“Para o sistema de saúde, é aumentar a capacidade de tratamento, de detectar cedo a chegada de um surto, fazendo rastreamento e isolamento de casos, o que é um desafio para o Brasil, onde muitas vezes dez pessoas vivem em uma mesma casa”, disse ele à Folha de S. Paulo. 

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