Por que a pandemia diminui o número de transplantes de órgãos?
Há a possibilidade de sobrecarga de serviços como os de hemodiálise


A quantidade de transplantes de órgãos (coração, fígado, rins e pâncreas) no Brasil caiu 34% em abril, na comparação com 2019, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Essa queda, durante a pandemia de coronavírus, deve-se, entre outros fatores, ao medo dos pacientes de contraírem Covid-19 e às dificuldades do transporte de órgãos.
Com a suspensão de voos, o transporte dos órgão está dificultado. O cirurgião transplantador do Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente da ABTO, Huygens Garcia, explicou a situação em entrevista ao Nexo.
“Essa queda vai continuar acontecendo, mas a gente espera que a recuperação ocorra à medida que os leitos de UTI fiquem vagos e que os hospitais consigam ficar mais tranquilos e sem lotação de pacientes com Covid-19″, disse ele.
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Com a pandemia, ainda há a possibilidade de sobrecarga de serviços como os de hemodiálise e aumento do número de mortes de pessoas que esperam na fila por transplantes.
Fatores de queda:
1. Crescimento da negação familiar;
2. UTIs lotadas;
3. Medo do receptor de contrair Covid-19;
4. Suspensão de serviços;
5. Dificuldade de transporte.
Recomendações
Antes da pandemia, a situação dos transplantes era semelhante à de 2019, com número estável de potenciais doadores (52 para cada milhão de habitantes).
Um mês de transplantes de córnea parado, segundo levantamento do Nexo, poderia significar 1.200 pacientes a mais na fila de espera.
Devido aos problemas decorrentes dessas paralisações, a ABTO recomenda que os serviços sejam mantidos dentro da capacidade de cada hospital.
Projeto Agir Brasil
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