"Nada voltará ao normal novamente. A pandemia é uma chamada de alerta em todo o planeta", afirma o sociólogo Jeremy Rifkin

A atividade humana sobre o ecossistema é uma das principais causas da pandemia e das inúmeras crises causadas com a chegada do novo coronavírus

19:22 | 14 de May de 2020 Por Adriely Viana

Jeremy Rifkin (Foto: Reprodução/Internet)

Em entrevista ao The Conversation, Jeremy Rifkin, sociólogo, escritor e consultor de empresas e governos em todo o mundo, afirmou que após a pandemia,“nada voltará ao normal novamente. Estamos vivendo uma nova era e esta é uma chamada de alerta em todo o planeta.” Segundo Rifkin, que precisa ser feito agora é construir infraestruturas que nos permitam viver de uma maneira diferente.

A principal causa dessa pandemia, para o sociólogo, é atividade humana sobre o ecossistema. Para a entrevista publicada na BBC News, Rifkin aponta importantes fatores que ocasionaram a transmissão mundial do vírus. A primeira se refere às mudanças climáticas que causam movimentos da população humana e de outras espécies.  A segunda é que a vida animal e a humana estão se aproximando todos os dias como consequência da emergência climática e, portanto, seus vírus viajam juntos.

“Devemos assumir que estamos em uma nova era. Caso contrário, haverá mais pandemias e desastres naturais. Estamos diante de uma ameaça de extinção”, aponta. Como medida de enfrentamento, o sociólogo diz que o ser humano precisa desenvolver um relacionamento diferente com o planeta. “Cada comunidade deve assumir a responsabilidade de como estabelecer esse relacionamento em sua esfera mais próxima.

Jeremy propõe uma mudança radical na maneira de ser e estar no mundo.“Precisamos de uma nova visão, uma visão diferente do futuro, e os líderes nos principais países não têm essa visão. São as novas gerações que podem realmente agir. Temos que começar com a maneira como organizamos nossa economia, nossa sociedade, nossos governos; por mudar a maneira de estar neste planeta”, exemplifica. 

Apesar de não se mostrar muito otimista quanto os avanços para tornar o mundo um local melhor, o sociólogo aposta suas fichas na geração millennial. “São a geração que saiu das salas de aula para expressar sua inquietude. Essa geração se propõe a eliminar todos os limites e fronteiras, preconceitos, tudo o que nos separa. Ela começa a se ver como uma espécie em extinção e tenta preservar as demais criaturas do planeta. Esta é provavelmente a transformação mais importante da consciência humana na história”, conclui.

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