Hidroxicloroquina: revistas científicas terão que revisar estudos após dados defeituosos serem identificados

Apesar da problemática com um dos bancos de dados, não há evidências concretas de que a hidroxicloroquina seja eficaz na prevenção e tratamento da covid-19

17:35 | 12 de Jun de 2020 Por Adriely Viana
Hidroxicloroquina: revistas científicas terão que revisar estudos após dados defeituosos serem identificados

Hidroxicloroquina é um medicamento para tratar a malária
Nenhum dos revisores que examinaram o estudo analisou os dados brutos(Foto: Agência Brasil/Reuters/Yves Herman)

Duas das principais revistas do mundo, a New England Journal of Medicine e a Lancet, terão que revisar os dados usados para formular os estudos sobre a hidroxicloroquina após investigação do The Guardian expor erros na base de dados que fundamentou as pesquisas

De acordo com o jornal, nenhum dos revisores que examinaram o estudo analisou os dados brutos por trás dos resultados encontrados sobre o impacto dos medicamentos para pressão arterial no tratamento da Covid-19. O artigo já havia sido publicado pela revista médica New England Journal of Medicine.

Os dados haviam sido coletados por uma empresa americana chamada Surgisphere e contavam com um conjunto de informações referentes a vários hospitais em todo o mundo. Com a dúvida sobre a legitimidade dos dados levantados pela empresa, a preocupação de cientistas ao redor do mundo fez com que a revista retirasse o estudo. 

A revista The Lancet, referência mundial na publicação de estudos científicos, também publicou um estudo com base no banco de dados da Sugisphere. Segundo a publicação feita pela revista, a hidroxicloroquina, utilizada no tratamento da malária, estava associada a um maior risco de morte e complicações cardíacas em pacientes com a Covid-19. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e instituições de pesquisa de vários países do mundo interromperam o uso e pesquisas sobre o medicamento devido o risco indicado pela publicação. Após a descoberta de alguns dados inconclusivos, o estudo foi retirado pela Lancet no início de junho, de acordo com matéria do The Guardian

Apesar da problemática com o banco de dados usada pelas duas revistas, não há evidências concretas de que a hidroxicloroquina seja eficaz na prevenção e tratamento da Covid-19. Até o momento, as autoridades de saúde seguem alertando os malefícios, como efeitos colaterais de alto nível que o medicamento traz ao ser administrado a pacientes com Covid-19.

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