Saiba quais foram as epidemias anteriores
Surtos de vírus e bactérias vivenciados pela humanidade podem ajudar a entender o que ocorre hoje


Antes da pandemia causada pela Covid-19, a humanidade já enfrentou diversos tipos de doenças, pragas e outros tipos de tragédia. A partir das epidemias vivenciadas pela história, é possível entender o que houve, como foi possível superar o contexto e reunir aprendizado para combater dúvidas sobre coronavírus. Confira abaixo alguns dos principais surtos presenciados pelo mundo.
Ebola
A epidemia do ebola registrada na África Ocidental em 2014 foi o pior surto da doença na história, sendo declarada uma emergência pública sanitária internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como relatado em matéria do G1 em agosto de 2014. Países como República de Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria foram afetados. Sem vacina ou cura, a doença é transmitida pelos fluidos de pessoas ou animais infectados. Os sintomas incluem diarreia, febre alta, vômitos, hemorragias e danos no sistema nervoso central e a taxa de mortalidade pode chegar a 90%. Para combater a doença, os pacientes são isolados e passam a se alimentar por líquidos. Territórios chegaram a declarar emergência pública e fecharam fronteiras terrestres. Em maio de 2015, o balanço da OMS era de 11 mil mortes.
H1N1
Em 2009, surgiu a epidemia de gripe causada pelo vírus H1N1, também conhecida como gripe suína. Em matéria da BBC News Brasil publicada em março deste ano, informa-se que a doença surgiu no México. Em um estudo da OMS foi apontado que cerca de 200 mil pessoas foram vítimas fatais do vírus, que foi registrado em 214 países. Os sintomas incluem febre, tosse, dificuldade de respirar, além de dor de cabeça e na garganta, mal estar, dores no corpo e calafrios, e a transmissão ocorre por tosse, espirro, secreção ou contato direto com alguém infectado. Na época, existiam medicamentos antivirais que conseguiam combater o vírus e uma vacina foi desenvolvida ainda em 2009.
Gripe espanhola
A gripe espanhola matou cerca de 50 a 100 milhões de pessoas entre os anos de 1918 e 1919, sendo 35 mil dessas no Brasil. É o que explica a bióloga e pesquisadora Dra. Natalia Pasternak Taschner em entrevista à revista Saúde em março deste ano. Ela surgiu em um acampamento militar nos Estados Unidos que treinava cidadão para a Primeira Guerra Mundial. O vírus causador foi o influenza H1N1. As pessoas podiam sangrar pelo nariz, pelos ouvidos e pelos olhos, além de terem as células dos pulmões altamente infectadas, causando falta de oxigênio. Por não haver antibióticos para tratar às pneumonias na época, por exemplos, o grau de letalidade da doença aumentava. Além disso, soldados doentes se aglomeravam em trincheiras durante a guerra e países devastados pelo conflito não tinham como atender a demanda da população doente. Em 1919, o vírus sumiu abruptamente. Não se sabe se pelo fato de que os sobreviventes criaram anticorpos ou se houve uma nova mutação que deixou a doença mais suave.
Peste bubônica
Ocorreu entre 1347 e 1351, resultando de 75 a 200 milhões de mortes e dizimando metade da população europeia, como relata artigo do médico Drauzio Varella publicado em 2013 em seu site. A epidemia foi causada por uma bactéria originada na China ou Ásia Central, viajando até o Mediterrâneo por meio dos ratos e infestando o mundo inteiro. Os sintomas envolviam tumores, manchas febre alta, vômitos e até complicações pulmonares. Cerca de 80% dos atingidos podiam ir a óbito em até uma semana depois de contraírem a doença. A partir de 1351, a epidemia desacelerou e os fatores infecciosos puderam se replicar com menos frequência. Hoje, existe tratamento para a doença, e os surtos, além de raros, costumam estar relacionados ao contato com roedores silvestres.
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