Pandemia adia em um mês 'Dia de Sobrecarga da Terra' de 2020

Segundo a Global Footprint Network, esse “atraso” não acontece há 15 anos e se deve a suspensão de atividades ao redor do mundo

15:39 | 06 de Jun de 2020 Por Adriely Viana
Pandemia adia em um mês 'Dia de Sobrecarga da Terra' de 2020

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Planeta Terra (Foto: WikiImages/Pixabay)

Em 2020, devido à pandemia e as paralisações de atividades econômicas em todo o mundo, o Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day, em inglês) acontecerá quase um mês mais tarde do que no ano passado. A nova data, divulgada na última sexta-feira, 5, está prevista para o dia 22 de agosto de 2020

Essa estimativa corresponde a data em que a humanidade utilizou todos os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar durante aquele ano. A informação foi confirmada por uma análise realizada pela organização Global Footprint Network (GFN), responsável por prever o Dia de Sobrecarga todos os anos.

A contagem teve início em 1970 e o “atraso” não atinge uma data tão tardia desde 2005, quando foi registrado em 25 de agosto. Isso significa que a humanidade desgasta cada vez mais cedo todos os recursos naturais renováveis. Implica, também, na dificuldade da Terra recuperar a capacidade de produzir estes recursos.  

Em 2019, a data ocorreu em 29 de julho. Segundo um comunicado da organização divulgado em seu site oficial, a mudança já estava sendo esperada ao analisarem os efeitos que a pandemia surtiu no meio ambiente. “A pandemia de Covid-19 fez com que a pegada ecológica da humanidade se contraísse, demonstrando que é possível mudar os padrões de consumo de recursos num curto período de tempo”, diz a nota.

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Dia da Sobrecarga da Terra acontece desde 1970 (Foto: Global Footprint Network)

A redução citada pela organização foi de 9,3%, tida como uma consequência direta das medidas de lockdown induzidas pelo novo coronavírus no planeta. Segundo o estudo, a diminuição nas colheitas de madeira e a emissão de CO² de combustíveis fósseis são os principais fatores que levaram a essa mudança histórica. Os dados são coletados para comparação em relação ao ano anterior a partir do dia 1º de janeiro de 2020.

Apesar da boa notícia, Laurel Hanscom, CEO da Global Footprint Network, afirma que “não podemos ignorar a profunda desigualdade de nossas experiências, nem as tensões sociais, econômicas e políticas que foram exacerbadas por esse desastre global”, mas que é preciso tornar a regeneração do planeta um foco principal nos esforços de reconstrução e recuperação. Para ele, isso tem “o potencial de solucionar os desequilíbrios na sociedade humana e nosso relacionamento com a Terra”.

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