Covid-19: como os países reagem

O pior já passou em países como Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e até mesmo China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez. Mas o desafio continua

13:08 | 16 de May de 2020 Por Paula Lima
Covid-19: como os países reagem

Afrouxamento do isolamento social: representação gráfica do vírus causador da Covid-19
Se o número de infectados voltar a crescer, países retomarão medidas de isolamento. (Foto: Divulgação)

A única medida comprovadamente eficaz para controlar o avanço de casos do coronavírus no mundo foi o isolamento social. Através da conscientização da população dos quatro cantos do planeta – orientada pelas autoridades com rigor e duras medidas – alguns países, depois de meses, começam a flexibilizar o confinamento com o afrouxamento do isolamento social.

A Nova Zelândia é um exemplo para o mundo. O país iniciou quarentenas obrigatórias para todos em 15 de março, quando havia apenas seis casos no país. A política de isolamento foi uma das mais rígidas do mundo na época. Foi instituído um bloqueio completo, incluindo uma moratória para viagens domésticas e um lockdown que autorizava o funcionamento apenas de supermercados, farmácias, hospitais e postos de gasolina; a movimentação de veículos era restrita; e a interação social ficou limitada às famílias que moram na mesma residência. A Nova Zelândia zerou os casos até 26 de abril, mas novos casos surgiram até maio. Brasileiro que esteve no país narrou a experiência à National Geographic.

Esse é um modelo que deu certo. Como na Alemanha, que teve números de letalidade muito inferiores a vizinhos europeus como Itália, Espanha e França. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, instituiu quase três meses de uma rígida quarentena. No início de maio anunciou a flexibilização das medidas de isolamento para conter a Covid-19 no país. “Chegamos a um ponto em que podemos dizer que atingimos o objetivo de retardar a propagação do vírus”, anunciou Merkel, em entrevista coletiva.

Portugal, país que também se destacou pela disciplina no confinamento social, iniciou um processo de afrouxamento do isolamento social, com a retomada das atividades sociais este mês. O país aposta mais uma vez na cautela e apesar de sair do Estado de Emergência, desde o dia 2 de maio, entrou em Estado de Calamidade. Se o número de infectados voltar a crescer, o governo vai “puxar o freio”.

A Espanha vive a fase 1 de afrouxamento das regras de confinamento social impostas desde 14 de março. As pessoas poderão se deslocar por sua cidade, participar de pequenos shows e ir aos teatros. Estão permitidas reuniões de até dez pessoas. No entanto, Madri e Barcelona não estão incluídas neste processo e terão que aguardar mais alguns dias em isolamento social.

O Reino Unido, recente epicentro da doença na Europa, já ensaia uma abertura gradual das atividades. França, após dois meses, também liberou o trânsito de pessoas, assim como atividades não essenciais.

No Brasil, apesar das declarações do presidente Jair Bolsonaro serem contra o isolamento social, e medidas como o lockdown, adotadas no Ceará, governadores seguem restringindo o movimento e tentando conter a curva que permanece ascendente.

O desafio do mundo inteiro com o afrouxamento do isolamento social é conter uma nova onda de transmissão do novo coronavírus.

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