Nicotina do cigarro pode proteger do coronavírus

O cigarro pode te proteger da covid-19?

16:34 | 22 de Apr de 2020 Por Paula Lima
Nicotina do cigarro pode proteger do coronavírus

Pesquisadores franceses apostam em nicotina para barrar coronavírus no organismo
Foto: Stockfree

A nicotina, substância presente no cigarro, pode ter um efeito protetor contra o coronavírus. A constatação é de um grupo de pesquisadores franceses que percebeu a baixa proporção de fumantes entre os pacientes da Covid-19 no mundo.

Estudos diferentes apontaram essa característica dos pacientes. E foi confirmada por um novo relatório francês realizado entre 350 pacientes hospitalizados e 150 pacientes leves, que testaram positivo para a Covid-19. “Entre estes pacientes, apenas 5% eram fumantes”, diz à AFP o professor de medicina interna Zahir Amoura, responsável por este último estudo.

Ainda segundo a agência AFP, este número equivale a “80% menos fumantes entre os pacientes da Covid-19 do que entre a população geral de mesmo sexo e idade”, acrescenta Amoura.

A nicotina teria o poder de barrar que o coronavírus se fixe a um receptor celular comumente usado, impedindo assim, de se espelhar pelo organismo.

Adesivos de nicotina serão administrados em doses diferentes em três ensaios: um preventivo, para profissionais da saúde, a fim de determinar seu eventual papel protetor; e outros dois terapêuticos, para tratar pacientes hospitalizados e doentes mais graves em terapia intensiva, segundo Amoura. Mas isso somente após autorização e do apoio do Ministério de Saúde francês.

No entanto, o uso do cigarro continua não recomendado. Fumar altera os pulmões, e seus efeitos nocivos à saúde, como câncer ou ataques cardíacos, são bem conhecidos e até piores que o coronavírus.

Os motivos que levam a nicotina a te proteger da Covid-19:

– A hipótese é baseada no fato de que a nicotina impede, ou retém, o coronavírus de se fixar no receptor celular que ele normalmente utiliza, evitando, assim, que penetre nas células e se espalhe pelo organismo, segundo o médico Jean-Pierre Changeux, do Instituto Pasteur.

– A nicotina se fixaria no mesmo receptor celular, segundo Changeux, neurobiólogo de renome mundial e coautor de um artigo sobre o assunto na revista Comptes Rendus de Biologie da Academia de Ciências da França, da qual é membro.

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